quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Amiga de Anne Frank faz 100 anos


Miep Gies, que ajudou Anne Frank e sua família nos dois anos em que se esconderam dos nazistas em Amsterdã, durante a Segunda Guerra Mundial, e que guardou os famosos diários de Anne Frank depois que a família foi presa e deportada, completou 100 anos de idade no dia 15 de fevereiro."Acho que o fato de ter guardado os diários de Anne Frank teve um enorme significado na sua vida", disse Teresien Da Silva, do Museu Anne Frank, durante um evento em homenagem aos 100 anos de Miep Gies.


Nascida em Viena, na Áustria, com o nome de Hermine Santrouschitz, Miep foi trazida de Viena para Leiden, na Holanda, em dezembro de 1920, para escapar da falta de alimentos que assolava a Áustria após a Primeira Guerra Mundial. Em 1922, ela se mudou com sua família adotiva para Amsterdã. Em 1933, conheceu Otto Frank quando solicitou emprego como secretária em sua empresa de especiarias, Opekta.


Com seu marido, Jan Gies, Miep ajudou a esconder Edith e Otto Frank, suas duas filhas, Margot e Anne Frank, Hermann e Auguste van Pels, seu filho Peter, e Fritz Pfeffer nos quartos dos fundos do prédio da empresa de Otto Frank no Prinsengracht, em Amsterdã, de julho de 1942 a agosto de 1944. O local é hoje o Museu Anne Frank.Por dois anos, junto com outros ajudantes, ela se certificou de que as pessoas que estavam se escondendo tivessem comida e outros itens essenciais, colocando sua própria vida em risco.Em suas declarações, Miep diz: "Eu não sou uma heroína. Não foi uma coisa que planejei fazer, simplesmente fiz o que pude para ajudar."

Em teoria, Miep e os outros ajudantes poderiam ter sido executados se tivessem sido flagrados escondendo judeus. Na prática, os que eram pegos protegendo judeus eram condenados a seis meses de trabalhos forçados.

Depois que o grupo foi traído e preso em agosto de 1944, Miep Gies encontrou os diários de Anne Frank. Ela guardou os manuscritos em uma gaveta, esperando a volta de Anne. Quando a guerra terminou e foi confirmado que Anne havia morrido no campo de concentração de Bergen-Belsen, ela entregou os diários a seu pai, Otto Frank, o único membro da família que sobreviveu aos campos de concentração nazistas. Ele conseguiu a publicação dos diários em 1947.


Dpois que o livro foi publicado e amplamente traduzido, Miep e Jan Gies tornaram-se celebridades na Holanda e sua coragem foi reconhecida com diversas condecorações de países e organizações internacionais.
Aos 100 anos de idade, Miep está com um estado de saúde razoável e continua muito envolvida com a lembrança de Anne Frank, divulgando sempre a mensagem de sua história.
Teresien da Silva, do Museu Anne Frank, conta que Miep Gies ainda acompanha os jornais diariamente: "Ela se preocupa muito. Há muita guerra, muitos genocídios, discriminação, tratamento desigual. Todos estes acontecimentos que fazem lembrar a Segunda Guerra Mundial, que ela viveu tão de perto." Ouça a reportagem acessando o link http://download.omroep.nl/rnw/smac/cms/100_anos_miep_gies_20090218_44_1kHz.mp3


(Fontes: AFP, Wikipedia, Museu Anne Frank)

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