terça-feira, 3 de março de 2009

O exemplo da Holanda, por Yeda Crusius,Governadora RS

Hoje, estamos recebendo importante missão formada por dezenas de empresários holandeses, comandada pelo ministro de Transportes, Obras Públicas e Manejo da Água, Camiel Eurlings. Sua pasta responde por mais de 50% do PIB holandês, com especial destaque para o desenvolvimento portuário e suas moderníssimas tecnologias.

Vêm a convite e atraídos pelas potencialidades do Estado e por nossa disposição de formar parcerias público-privadas para promover uma reversão em nossos fluxos de carga, aumentando para 15% o uso da malha hidroviária até 2017. O Rio Grande clama por essa modernização, através da qual poderemos gerar grandes benefícios para o desenvolvimento estadual.

O exemplo da Holanda motiva o mundo para o aproveitamento das águas em todo o seu potencial.Há quatro décadas, o Rio Grande do Sul interrompeu o aproveitamento de suas águas superficiais interiores. Nosso governo foi buscar, no exemplo e na experiência holandesa, conhecimento, tecnologia e inspiração para o desenvolvimento hidroportuário do Estado e o melhor uso múltiplo das águas.

Nossos contatos iniciaram-se em agosto de 2007, e duas missões gaúchas foram à Holanda. Em agosto de 2008, assinei com o ministro, na Holanda, o termo de cooperação que já está produzindo seus resultados, com os trabalhos de técnicos holandeses que fizeram um diagnóstico sobre o potencial do transporte hidroviário no Estado.

Na primeira metade do século passado, num período de 20 anos, foram construídas quatro barragens de navegação, dotadas de eclusas, para estender a navegabilidade dos rios Jacuí e Taquari. Temos as barragens de Fandango, Anel de Dom Marco, Amarópolis e Bom Retiro do Sul e o entroncamento multimodal de Estrela.Gradualmente, porém, as hidrovias perderam espaço para o transporte rodoviário e hoje respondem por apenas 3,5% do volume transportado.

Essa relação, que concentra nas estradas 85% dos 90 milhões de toneladas que circulam no Estado, impede-nos de obter ganhos de competitividade proporcionados pela natureza. O transporte hidroviário custa menos da metade do transporte rodoviário!Nosso sistema de hidrovias naturais – a segunda maior bacia hidrográfica do país – é um patrimônio invejável, com grande penetração no território estadual e em suas regiões de produção.

Agora é a hora de desenvolver, de modo sustentável, todo o potencial que esse patrimônio fluvial nos traz. Damos as boas-vindas à missão holandesa a nosso Estado, para concretizarmos o plano que tornará esse avanço possível.


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